Tolerância, talento e tecnologia, ingredientes para o sucesso de BH

Três pilares de uma “smart city”.

O que fazer para contribuir para a transformação de BH em uma cidade criativa, baseada em sustentabilidade e empregabilidade? Este é um desafio que me acompanha desde que ingressei na vida pública e para o qual sempre busquei soluções. Entendo que essa responsabilidade não cabe apenas aos políticos, mas deve ser assumida por eles de maneira completa. Afinal, detentores de mandatos são eleitos justamente para apresentar respostas para questões de interesse público.

É por essa razão que inicio em setembro ações que objetivam ajudar na geração de empregos na capital. A primeira será o envio de uma carta para os cem maiores pagadores de impostos do nosso município com duas perguntas simples, mas que nos darão embasamento e orientação nas etapas futuras destinadas a impactar a empregabilidade na cidade.

Primeiro, quero saber dos maiores contribuintes de ISS de Belo Horizonte como a cidade pode deixar de atrapalhá-los na geração de empregos. Em segundo lugar, perguntarei como é possível ajudá-los de alguma forma. Essas duas perguntas representam o que há de mais complicado na vida de quem quer empreender em nosso país: a interferência indevida do poder público, que quase sempre traz dificuldades para a consolidação e a expansão das atividades empreendedoras.

Essa coleta de opiniões dos maiores geradores de impostos nos dará uma leitura minuciosa da realidade municipal. Na sequência, em 18 de setembro, na Câmara, vamos debater as sugestões encaminhadas pelos empreendedores e começar a agir para implementá-las. Não estarei sozinho na empreitada. Contarei com a preciosa participação do empreendedor e consultor Fábio Veras, especialista em economia e novas tecnologias.

Também constará da pauta a discussão sobre o que faz com que um município se transforme em uma cidade criativa, uma “smart city”. O urbanista e cientista político norte-americano Richard Florida defende que são três os pilares responsáveis pelo desenvolvimento econômico de determinada região ou cidade: talento, tolerância e tecnologia. O autor afirma que uma cidade não consegue se transformar em uma “smart city” se não conseguir unir base tecnológica e tolerância para atrair e manter as pessoas mais talentosas e criativas disponíveis no mercado de trabalho.

O conceito de pessoas talentosas, criativas, se refere a trabalhadores com alto nível de instrução. Para Florida, esse tipo de profissional, altamente capacitado, se sente bem em locais abertos à diversidade, onde não há manifestação de preconceitos. Sem a construção desse ambiente de receptividade, uma cidade não consegue manter o capital humano, fundamental para o desenvolvimento socioeconômico. Esta é a definição de tolerância de Richard Florida.

Belo Horizonte é uma cidade amigável, que acolhe bem a diversidade, mas com alguns ranços de preconceito que precisam ser eliminados. Da mesma forma, a capital tem setores de tecnologia de ponta já consolidados, mas ainda sem alcançar a dimensão necessária para que possamos nos apresentar como uma metrópole tecnológica. É disso que vamos tratar: tolerância e tecnologia. Talento, no meu ponto de vista, nossa cidade tem de sobra. O que é necessário é criar condições para atrair, manter e dar liberdade para que essas pessoas exercem sua criatividade em nosso município.