Afonso Pena, 1212
Afonso Pena, 1212

os candidatos a prefeito de Belo Horizonte para 2016

Na década de trinta, o poder executivo da capital mineira ganhou uma nova sede. O Palácio da Municipalidade, situado na Avenida Afonso Pena, número 1.212, foi erguido no estilo art-decó. Na sua fachada, o brasão republicano está alçado por três figuras que representam personagens da mitologia grega. Passava pedalando ontem a noite, quando fiz a foto do trio para ilustrar esse texto. Das rodinhas do Café Nice às conversas nos jantares na Casa dos Contos, todo mundo que gosta de política em Belo Horizonte quer saber quem vai ocupar a principal sala desse prédio após a campanha eleitoral de 2016. Para tentar entender melhor o tabuleiro, convém colocar todas as peças nele. Confira quem pode ser pré-candidato a prefeito até o momento e o que penso a respeito da disputa:

Vencer na política não é tudo: é a única coisa.
Richard Nixon

A – Alberto Pinto Coelho, do PP, foi presidente da Assembléia Legislativa, vice-governador e governador de Minas Gerais;

B – Alexandre Kalil, sem partido, foi presidente do Clube Atlético Mineiro;

C – Antonio Anastasia, do PSDB, foi governador de Minas Gerais e possui um mandato de senador;

D – Délio Malheiros, do PV, foi deputado estadual e possui o cargo de vice-prefeito de Belo Horizonte;

E – Dinis Pinheiro, do PP, foi presidente da Assembléia Legislativa e candidato a vice-governador de Minas Gerais em 2014;

F – Eros Biondini, do PTB, foi secretário de esportes e juventude e possui um mandato de deputado federal;

G – Fidelis Alcantara, do PSOL, foi candidato a governador de Minas Gerais em 2014;

H – Fred Costa, do PEN, foi vereador em Belo Horizonte e possui um mandato de deputado estadual;

I – Gabriel Guimarães, do PT, possui um mandato de deputado federal;

J – Gustavo Valadares, do PSDB, foi candidato a prefeito em 2008 e possui um mandato de deputado estadual;

K – Helvécio Magalhães, do PT, foi secretario municipal de saúde e exerce a função de secretário estadual de planejamento e gestão;

L – Iran Barbosa, do PMDB, foi vereador e possui um mandato de deputado estadual;

M – João Leite, do PSDB, possui um mandato de deputado estadual;

N – João Vitor Xavier, do PSDB, possui um mandato de deputado estadual;

0 – Josué Valadão, do PP, foi secretário municipal de governo e exerce a função de secretário municipal de obras públicas;

P – Leonardo Quintão, do PMDB, foi candidato a prefeito em 2008 e possui um mandato de deputado federal;

Q – Luzia Ferreira, do PPS, foi deputada estadual e exerce a função de secretária de políticas sociais.

R – Marcelo Aro, do PHS, foi vereador em Belo Horizonte e possui um mandato de deputado federal;

S – Marcus Pestana, do PSDB, foi secretario estadual de saúde e possui um mandato de deputado federal;

T – Maria da Consolação, do PSOL, foi candidata a prefeita em 2012;

U – Miguel Corrêa, do PT, possui um mandato de deputado federal e exerce a função de secretário estadual de ciência, tecnologia e ensino superior;

V – Patrus Ananias, do PT, possui um mandato de deputado federal e exerce a função de ministro de desenvolvimento agrário;

X – Paulo Abi Ackel, do PSDB, possui um mandato de deputado federal;

W – Pimenta da Veiga, do PSDB, foi candidato a governador de Minas Gerais em 2014;

Y – Rodrigo de Castro, do PSDB, possui um mandato de deputado federal;

Z – Sávio Souza Cruz, do PMDB, possui um mandato de deputado estadual e exerce a função de secretário estadual do meio ambiente.

Notem que, uma vez organizados de A a Z, os pré-candidatos somaram 26 nomes e consumiram todas a letras do alfabeto. Quando isso ocorrer por aqui e o raciocínio ainda não estiver completo, vou passar para os números… (acrescento que, se eu colocasse na lista os nanicos de partidos como o PCO e o PPL, dentre outros, faltariam letras no alfabeto)

1Vamos começar pelo PT. O Partido dos Trabalhadores possui 4 pré-candidatos. Além disso, o PT comanda o governo estadual e o governo federal. Para o governador Fernando Pimental e para a presidente Dilma Rousseff, ambos nascidos em Belo Horizonte, essa será a eleição municipal mais importante do ano que vem. Os dois usarão as máquinas que controlam para vencer e irrigar o comitê aos moldes que a Polícia Federal divulga em operações com nomes criativos.  Por outro lado, o PT atinge índices de rejeição nunca vistos na cidade. Dilma é rejeitada por 70,9% na capital mineira. Não deve dar as caras por aqui… Não acredito na candidatura de Patrus Ananias, nem na de Miguel Correa. O primeiro (apesar de ser o candidato petista mais forte) é desafeto de Pimentel, que controla o partido em Minas. O segundo se tornou desafeto de Pimentel (por motivos não muito claros), apesar de ter sido um aliado próximo por muito tempo quase se tornando o candidato a vice-prefeito na chapa de Marcio Lacerda antes do rompimento com o PT. O coração de Pimentel se divide entre duas opções: Gabriel Guimarães, filho de Virgílio Guimarães, um político leve cujo nome cresce nas rodas de aposta sobre a disputa… Nem parece petista, dizem, e isso conta muito a favor! O que conta contra é fato de ser muito jovem. Há quem veja como ponto positivo, há quem veja como ponto negativo. Ainda, a mulher de Gabriel Guimarães é muito amiga da mulher de Fernando Pimentel (anda famosa a moça). Isso conta tanto, gente. O pai do meu xará opera vinte e quatro horas por dia para ver o filho candidato. Do outro lado, surge Helvécio Magalhães. No deserto de incompetência que se tornou a Cidade Administrativa, Helvécio figura como o único secretário competente do governo estadual. O técnico possui grande experiência na gestão municipal e possui perfil não reconhecidamente petista… Notem como não ser petista com reconhecimento anda sendo um bônus por essas bandas! A novidade, ao que parece, é que o PT não vai contar com seu aliado costumeiro: o PMDB!

– O PMDB, andam dizendo pelos cantos, decidiu que vai ter candidato. Um todo mundo já conhece: Leonardo Quintão. Ele quer cuidar de gente! Participar da campanha de 2008 foi muito divertido para mim. Lembro-me até hoje do efeito que causou aquele video… Não subestimem o homem que deseja ganhar e chutar a bunda deles. Leonardo Quintão tem potencial e quase levou aquela disputa em 2008. Dentro do partido, ele concorre com dois desafetos, ambos deputados estaduais: Iran Barbosa e Sávio Souza Cruz. A diferenciarem-se pela idade e pelo estilo, tanto Iran quanto Sávio entrariam na disputa como críticos mordazes da gestão Marcio Lacerda…

3 – E Marcio Lacerda? O prefeito em fim de mandato ostenta uma popularidade média, um legado que não é muito para eleger um sucessor e uma imagem política que não faz muita diferença na campanha. Participei da duas eleições dele em 2008 e 2012, mas sei reconhecer os fatos nessa análise mesmo tendo um lado. Há tempos, o político eleito pelo apoio de Aécio Neves e Fernando Pimentel decidiu repetir a fórmula construindo um sucessor não testado antes nas urnas. Decretou para quem quisesse saber que o nome deveria, assim como ele, ser de um técnico. A opção comentada por todos é o seu braço direito na prefeitura: Josué Valadão, que por anos ocupou a secretaria de governo e que, após o acidente com o desabamento do viaduto, foi transferido para a secretaria de transportes e obras públicas. Marcio Lacerda, que se tornou recentemente presidente do PSB em Minas Gerais, quer filiar seu poste (nomenclatura que se dá a um candidato desconhecido eleito por alguém que está no cargo) em seu partido. Hoje, Josué Valadão está filiado no PP…

4 – O PP abriga dois ressentidos… Não falo por mal. Ambos foram os deputados mais bem votados de Minas Gerais. Ambos foram presidentes da Assembléia Legislativa. Ambos desejaram disputar o governo. Ambos estão sem mandato. Um foi vice-governador e outro foi candidato a vice-governador. E afirmo que os dois guardam certo ressentimento do processo eleitoral de 2014. Olham, contudo, para frente, e vêem a prefeitura de Belo Horizonte como um possível objetivo. Alberto Pinto Coelho e Dinis Pinheiro são citados por muita gente como opção para a disputa. Não acho que o serão. Contudo, de fato são duas raposas que sabem muito bem atuar na política.

5 – No quarto andar da prefeitura tem alguém querendo muito descer para o primeiro. O vice-prefeito Délio Malheiros quer ser candidato e não esconde isso de ninguém. A verdade é que o prefeito não quer nem saber dessa ideia… Em 2012, quando o PSB rompeu com o PT, dois políticos que estavam na disputa foram demovidos da vontade para apoiarem Marcio Lacerda. Um virou seu vice-prefeito, o outro é Eros Biondini, que também deseja disputar e tem capacidade de cravar dois dígitos nas intenções de voto num primeiro turno.

6Chegou a hora de falar dos tucanos… Eu fico me perguntando como eu consegui ser tucano por quase 10 anos! Ainda bem que me desfiliei em 2013… O PSDB seria cômico, se não fosse trágico! Notem a lista acima. Nenhuma legenda tem tantos pré-candidatos: 8! Aqueles que seguem na leitura, é meu dever informar, podem deixar para trás toda a esperança: Antonio Anastasia não deve ser candidato. Sim, eu sei… Se o fosse, era uma fatura liquidada! Não há dúvidas que se trata do melhor nome entre os vinte e seis da lista. Ele dizia que não seria candidato a senador e foi. Todavia, em relação a prefeitura, parece estar falando sério. Belo Horizonte perde um bom prefeito, mas Minas Gerais pode voltar a ter um bom governador em 2018. Restam 7. Um é Pimenta da Veiga. Eu gostaria de deixar bem claro que não tenho nenhuma questão pessoal contra o ex-prefeito de Belo Horizonte que renunciou ao mandato para ser derrotado na disputa do governo pela primeira vez, todavia é meu dever afirmar que considero que essa seria uma péssima escolha. A pior escolha. Uma escolha que foi mal feita por Aécio Neves em 2014. E que não pode se repetir. Não preciso gastar muitos caracteres com isso pois, ao que parece, ele já andou dizendo que desistiu dessa ideia e, no partido, são poucos os entusiastas a respeito. Poucos mesmo. Se uma mesa de chá fosse montada para os apoiadores de Pimenta da Veiga, além dele sentariam-se à mesa no máximo a esposa, o filho e meia dúzia de puxa-sacos. Restam 6: três deputados federais e três deputados estaduais. Vamos começar pelos postulantes que detêm mandato na Câmara: Marcus Pestana, Rodrigo de Castro e Paulo Abi-Ackel. O primeiro é certamente o quadro mais qualificado depois de Antonio Anastasia (preferia o nome dele para candidato ao governo em 2014), todavia precisa transferir seu título eleitoral de Juiz de Fora para Belo Horizonte e vencer a resistência de umas animosidades que foram criadas na legenda. O segundo é um deputado votado com um caminhão de votos, possui articulação com a bancada de vereadores, mas viu seu prestígio diminuir com o fim da gestão tucana estadual e com o término de um período de doze anos em que o pai, Danilo de Castro, permaneceu a frente da poderosa secretaria de governo. O terceiro tem credenciais, mas precisa se movimentar se desejar pegar esse bonde pois os tucanos não são tão entusiastas da ideia. Acho mesmo que o candidato não será um deputado federal… Na Assembléia Legislativa, temos João Leite, João Vitor Xavier e Gustavo Valadares. O primeiro fica naquela de “vou ou não vou” e pode deixar a bola passar, apesar de ser muito carismático e contar com enorme simpatia da população, inclusive com a minha. O segundo tem habilidades como comunicador, tem muitos votos em Belo Horizonte, está todo dia na principal rádio da cidade, mas não detêm experiência administrativa, além de ser apadrinhado da figura mais lamentável que existe no PSDB mineiro, quiçá no PSDB nacional, cujo nome recuso-me a digitar nesse blog por questão de assepsia. O terceiro vem se saindo muito bem na tribuna do legislativo e pode até despontar como um candidato, muito embora acho que a máquina interna de gerar richas e rachas pode atrapalha-lo. Acho mesmo que o candidato não será um deputado estadual. Sabem mesmo o que eu acho: o PSDB não vai ter candidato. Eles farão o que fazem de melhor: brigar até o último segundo, se envolver em sangrentas disputas internas e, pior, terão de se aliar ao Marcio Lacerda, pois não existe outra opção. O prefeito quer a aliança do PSDB, mas não quer um candidato tucano. Aliás, Aécio Neves e ele já apertaram a mão e reafirmaram que a aliança entre PSB e PSDB está consolidada para 2016. O partido pode ficar com a vice-prefeitura e, nesse caso, os nomes estão supracitados, além da possibilidade de alguém mais se filiar até o prazo e entrar na chapa. Acho que isso ocorrerá. Os tucanos devem por a barba de molho, pois a vaga de vice pode ficar com alguém que não tem barba…

7 – Ao falar de PT, PMDB, PSDB, PV, PTB, PP e PSB, resta pouco… Numa lista cujo gênero principal é o masculino, temos a presença de uma única mulher contra 25 homens. Luzia Ferreira foi vereadora, foi deputada estadual e perdeu disputando uma vaga para deputada federal. Marcio Lacerda gosta muito dela. Eu também! É alguém com méritos e carisma. Acho que tem credenciais para disputar a vice-prefeitura. Seria muito surpreendente e pouco provável tirar 25 concorrentes do páreo, pois, sejamos francos, a política ainda é muito injusta com as mulheres. Desejo sorte, mas não creio tanto que a filiada ao PPS leve essa… Numa próxima quem sabe.

8Há, em Belo Horizonte, movimentos socio-culturais efervescentes. Para eles, todos os nomes que citei até agora são algo que começa com “M” e termina com “erda”. Esse é um dos gritos da turma do “Fora Lacerda”. Como fiz campanha para o Marcio Lacerda duas vezes, eu também sou um diabo na terra para tais coletivos. Apesar de visões diferentes, há entre eu e alguns deles, muita interlocução. Falamos sobre política sobretudo. E respeito o posicionamento genuíno dos que lideram o bloco. Eu admiro a capacidade de engajamento e a criatividade em ações como o “Tarifa Zero”. O carnaval que todos pulamos nasceu com essa turma (e foi bom demais!). Essas pessoas vão pautar parte da eleição. Somam-se a elas as ocupações diversas espalhadas na cidade e a classe artística. Quem os representa? Acredito que os candidatos mais próximos são filiados ao PSOL. Na última eleição, Maria da Consolação cresceu nas semanas finais e representou uma terceira via. Fidelis Alcântara também se destacou na campanha para governador. Teremos um dos dois como candidato a prefeito? Ou o partido vai preferir eleger pelo menos um vereador criando uma chapa forte? Não sei. A dita esquerda é muito desunida e pode ser sintetizada assim: um funda o partido, dois criam uma dupla de correntes no mesmo partido e três já produzem um racha que gera outra legenda desse partido. Eu não sei quanto tempo eles ficam discutindo Lênin, Stalin, Trotski ou Marx. Eu sei que, se desejarem, podem representar uma via importante para Belo Horizonte, ainda que apenas no posicionamento, e conferir voz a muitos eleitores que não se identificam com os candidatos do status quo.

8 – Um dupla de jovens pode se lançar: Fred Costa, do PEN, e Marcelo Aro, do PHS, não tem nada a perder. Ambos começaram a carreria política como vereadores e se elegeram para deputado no meio de seus mandatos no legislativo municipal. Quando a maioria das pessoas considera os velhos políticos ultrapassados, há espaço para a novidade da juventude. O deputado estadual Fred Costa tem uma imagem muito positiva, embora esteja numa legenda pequena e inexpressiva. Seu desafio será o tempo de televisão e a própria televisão, veículo que considero que ele não domina muito bem… Nada que um midia training não resolva. O deputado federal Marcelo Aro não tem problema com a televisão. Pelo contrário, tem nela uma aliada. Seu partido também é pequeno e inexpressivo, mas ele conta recursos financeiros e com um aliado importante: Vitório Medioli, propriétario de um conglomerado de empresas, entre elas o jornal O Tempo. Sua carreira iniciou-sem 2012 quando se elegeu vereador pela primeira vez. Dois anos depois vencia a disputa para uma cadeira no legislativo federal. Não sei o quanto essa rápida mudança nos cargos com mandatos incompletos pode incomodar sua base eleitoral… Querer, ele quer. Agora é calcular o quanto isso ajuda e o quanto isso o atrapalha. Os dois jovens tem como ponto fraco algo em comum: a inexperiência adminsitrativa, uma vez que nunca ocuparam cargos no poder executivo. Minha opinião é que os dois podem se candidatar em 2016 mirando 2018. A conferir.

9 – Quem em sã consciência abandona uma campanha para deputado federal tendo a chance de ser eleito um dos mais bem votados deputados federais de Minas Gerais? Oras, quem pode. Trata-se da mesma pessoa que por seis anos foi titular do segundo cargo mais importante do Estado, como ele próprio gosta de dizer. Alexandre Kalil é polêmico, tem voto, fala diretamente com as pessoas e pode entrar nessa eleição para mexer com o jogo. Seria candidato mesmo? Não sei. Sei que se tomar essa decisão, numa eleição cujos nomes são pouco conhecidos e não empolgam os eleitores, ele pode fazer diferença na estratégia de todos os candidatos. Presidir o Clube Atlético Mineiro (Galo!) por seis anos colecionando títulos importantes para a torcida deu a visibilidade suficiente que esse político precisava. Se a eleição de 2016 fosse um baralho de cartas, Alexandre Kalil certamente seria o coringa. Com todas as peculiaridades que o pesonagem encerra. Aos eleitores, candidatos e partidos, só tenho uma coisa a dizer: não subestimem-o.

8 – Acho que não esqueci de ninguém! A não ser o candidato do PCO chamado Pepe e o candidato do PPL chamado Tadeu Martins. Já escrevi tanto que não convém testar mais a paciência de você que consegiu ler até aqui.

9 – Pergunta o leitor: o que você acha que vai acontecer? Respondo: coloquei as peças no tabuleiro. A próxima etapa se dá quando faltar um ano para eleição e fim do prazo para filiação partidária. Os jogadores terão de escolher a camisa com que vão entrar em campo… Tudo vai ficar muito nebuloso até março de 2016. Haverá muito blefe… Se eu tivesse que fazer um chute assim muito longe do gol, diria que teremos uma campanha que se dará entre a maquina municipal coligando PSB, PPS e PSDB, além de aliados contra a máquina estadual somada a máquina federal com um candidato do PT e agregados. Vamos supor um cenário com Josué Valadão (PSB) concorrendo com Helvécio Magalhães (PT). O eleitor comum que nem está ligando para isso ainda não conhece nenhum! E se não há polarização clara, há espaço para outros concorrentes se avolumarem. Numa segunda suposição da disputa eu colocaria Délio Malheiros (PV), Eros Bionidni (PTB) e Leonardo Quintão (PMDB). Já são cinco candidatos. Nessa receita, eu acrescentaria o candiato da efervecência socio-cultural e os nanicos de costume. Ou seja, calculo no máximo 10 candidatos. A internet não esquece. Lá na proximidade da eleição, a gente volta aqui para conferir o que fui capaz de acertar com os elementos presentes até então.

10 – Vem a pergunta final: quem você vai apoiar? Respondo: o meu primeiro voto para prefeito de Belo Horizonte foi em Fernando Pimentel em 2004. Sim, podem me apedrajar como se eu fosse um senador brasileiro visitando a Venezuela. Eu confesso: eu já votei no PT. Eu era jovem… E foi uma vez só! Eu morava na esquina da Rua dos Tupis com Rua Rio de Janeiro (moro até hoje) onde o então prefeito petista executou uma bela intervenção urbana requalificando o bairro, retirou os camelôs da minha porta e acabou com a circulação dos perueiros. Para mim, ele foi bom de serviço como a campanha dele falava. O eleitor é um animal pragmático. O militante é que vota em quem o partido manda. Agora, eu não voto mais no PT. E isso é tudo que posso dizer. Nas eleições de 2006, 2008, 2010 e 2012, eu era filiado ao PSDB e, portanto, tinha um compromisso com o partido. O que era um erro! O meu compromisso principal deveria ter sido sempre com a cidade. Não me arrependo dos meus votos. Digitei 40 nas duas eleições municipais seguintes e derrotei Leonardo Quintão na primeria e Patrus Ananias na segunda. Podem me dizer que o derrotado posterior é um homem bom. Eu concordo. O partido dele é que não é e consegue transformar tudo o que encosta nisso que estamos vendo no Brasil. A verdade pura é que não me sinto forçado a escolher nenhum candidato por obrigação. Eu realmente quero pensar na cidade. Acho que Belo Horizonte precisa de um prefeito melhor a partir de 2017. Reconheço os méritos do atual chefe do poder executivo, mas sinto que algumas coisas poderiam ser bem melhores na nossa cidade. Quem vou apoiar? Ainda não sei. E você? Sabe? Se não surgir um candidato bom, me sentirei livre para não apoiar nenhum. Espero que esse longo texto tenha ajudado você a começar a refletir. Serão quatro anos de 2017 a 2020. Em quatro anos muita coisa pode ser feita pela saúde, pela segurança, pela educação, pela mobilidade urbana, pela cultura… Você pode cruzar os braços e ficar fora desse processo ou começar a jogar esse jogo e colaborar com o futuro da sua cidade. Estou de olho. Fique de olho também. Muitos podem estar se perguntando: quem esse cara acha que é para julgar o apoio dele algo relevante? Eu respondo também. Eu sou um cidadão de Belo Horizonte e isso é muita coisa numa eleição.

Observação: Não se esqueça que você também vai eleger seu representante para a câmara municipal. O vereador eleito por você é quem vai fiscalizar qualquer um desses supracitados que por ventura se tornar prefeito. O voto para o poder legislativo é tão importante quanto o voto para o poder executivo. Comece a procurar o seu candidato. Ou candidate-se.

Atualização das 14 horas de 25 de junho de 2015: alguns leitores me disseram pelo facebook que o PDT também tem candidatos: Bruno Miranda, vereador, e Sargento Rodrigues, deputado estadual. Acredito que é mais projeção do próprio nome do que alguma candidatura que modifique a análise feita acima, mas fica o registro. Ambos tem uma atuação com méritos em seus respectivos poderes legislativos.

Atualização das 15 horas de 25 de junho de 2015: outro leitor me disse pelo facebook que preciso considerar dois nomes. O atual presidente da Câmara Municipal, Wellington Magalhães do PTN, e Marcelo Álvaro Antônio, que foi vereador e possui um mandato de deputado federal pelo PRP. Faço a seguinte análise de ambos: o primeiro faz parte do grupo de vereadores que deseja influenciar na disputa. Sua fama o precede e não acredito que vá ser candidato nem a prefeito, nem a vice-prefeito. O que deseja mesmo é garantia de uma reeleição certa tanto para vereador quanto para presidente da casa, o que é possível visto que a legislatura muda. O segundo, diante da enorme lista com 26 nomes supracitados é uma gota no oceano… Vai acomodar sua legenda numa das coligações. Esse é meu palpite.