novas soluções para a pavimentação de vias urbanas
Uma das reclamações que mais recebo no aplicativo Meu vereador diz respeito à péssima qualidade da pavimentação das ruas e avenidas de Belo Horizonte. Os moradores da capital denunciam os muitos buracos nas vias da cidade e cobram a utilização de materiais mais duráveis, que não se desgastem rapidamente.
As pessoas também querem saber como é feita a fiscalização do serviço prestado pelas empreiteiras encarregadas de recapear as vias de BH, se elas são obrigadas a refazer o trabalho quando ele é mal executado e qual o tipo de punição para aquelas empresas que descumprem as normas estipuladas nos editais. Já solicitei todas essas informações e tenho exercido fiscalização constante, para garantir que as vias tenham uma boa cobertura asfáltica.
A – Além disso, o município precisa incentivar o uso de novas tecnologias de pavimentação, deixando de empregar apenas a cobertura asfáltica. Em vários países, o emprego de materiais alternativos, mais baratos e mais duráveis, tem dados bons resultados. E é necessário que os gestores públicos estejam atentos a essas inovações, mais sustentáveis.
B – Em Roterdã, uma das cidades mais importantes da Holanda, a prefeitura local vai testar a pavimentação produzida a partir de plástico reciclável. De acordo com a empresa responsável pela novidade, o plástico precisa de menos manutenção do que o asfalto, além de ser mais resistente às constantes variações de temperatura, fenômeno climático bastante comum na Europa.
C – Outra vantagem do plástico é a rapidez na instalação e a maior durabilidade. De acordo com os inventores do material, a construção de uma estrada poderia ser feita em semanas, com a pavimentação durando três vezes mais que o asfalto. Os criadores da cobertura plástica afirmam ainda que o material, por ser mais leve que o asfalto, traz menos impactos para o solo.
D – Também há o benefício da cobertura poder ter partes ocas, o que permitirá a passagem de encanamentos, cabos de telefonia e de energia elétrica por baixo da superfície. A previsão da administração municipal de Roterdã é concluir a primeira rodovia toda pavimentada com plástico em três anos.
E – A tecnologia a ser testada em Roterdã é a mais moderna que se conhece, mas já há outras opções experimentadas e aprovadas. No Japão, por exemplo, desde a década de 1990 é usado o óxido de titânio noxer, que tem a capacidade de absorver a fumaça emitida pelos veículos. O noxer funciona como um fotocatalizador e retém as partículas de óxido de nitrogênio, que fazem mal à saúde humana.
F – O noxer é aplicado sobre a camada de asfalto e atualmente já é adotada na Espanha, Itália, França e Inglaterra. Estudos mostram que, em dias ensolarados, o produto é capaz de reter 90% do óxido de nitrogênio liberados pelos veículos, pois o sol auxilia neste processo. Com o tempo nublado, a média é de 70% de retenção dos gases. O óxido de nitrogênio retido pelo noxer não retorna mais à atmosfera. É levado pela chuva para os cursos d’água, onde se dilui.
G – Já no Reino Unido, a inovação é um tipo de asfalto bem mais permeável que o hoje usado em larga escala em todo o mundo. Para uma cidade com problemas crônicos de inundações como BH, causados, em grande parte, pela impermeabilização do solo, o novo produto seria ideal, tendo em vista que a capital tem topografia bastante acidentada e a água não retida no solo acaba provocando enxurradas fortes e alagamentos.
H – Segundo a empresa que desenvolveu a tecnologia, o asfalto permeável permite a absorção de 4 mil litros de água por minuto. O problema é que este tipo de pavimento não tem a mesma durabilidade do asfalto comum e seu uso só é recomendado para vias de trânsito pouco intenso.
2 Comentários
A solução da pavimentação plástica parece uma boa iniciativa ambiental e econômica. Pois muito se fala a respeito dos danos causados pelos plásticos, criam leis para a proibição de seus derivados, como por exemplo a sacola plástica, mas pouco se fala sobre as possibilidades de destinação e reciclagem.
Penso que o maior problema para o desgaste prematuro do pavimento são os métodos de dimensionamento já ultrapassados que nossa NBR rege. Esses métodos são os mesmo utilizados desde antes de 1970 onde o tráfego era muito menor. Mesmo levando em consideração o fator de crescimento nesse método ele não utiliza fator temperatura e fator impacto que é o responsável pela abertura dos buracos.