Como atuar politicamente sem estar filiado a um partido? A resposta tem quatro letras: ABCD
Desde que me desfiliei do PSDB em 20 de maio de 2013 (por motivos diversos), continuo sem filiação partidária. Eu e mais de 90% da população brasileira, de acordo com o levantamento mais recente do TSE. Ora, nove em cada dez brasileiros, portanto, estariam excluídos do processo político? Vale lembrar o capítulo IV (dos direitos políticos) e o artigo 14º da Constituição da República Federativa do Brasil: o seu parágrafo 1º explica quem pode votar, enquanto seu parágrafo 3º lista as condições para quem deseja ser votado, sendo uma delas a filiação a partidos (um entre os 32 que existem até o momento). Eu lamento isso profundamente. 93% dos países existentes permitem a possibilidade de candidaturas independentes, ou seja, sem que o cidadão tenha de fazer parte necessariamente de uma partido. E, para além disso tudo, vale perguntar: a política acontece apenas durante as eleições e se limita nisso? A resposta é não.
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais. Eugen Berthold Friedrich Brecht
A – A de Acão! 2014 foi um ano intenso. Como havia me desfiliado do partido, tinha tomado a decisao de não participar do processo eleitoral daquele ano. Em âmbito estadual, até consegui em partes… Todavia, diante da disputa eleitoral para presidente, eu acabei me envolvendo profundamente, sobretudo no segundo turno. Eu e o país! Desconheço um processo eleitoral que tenha mexido tanto com as pessoas. Todo mundo tinha um lado. E o resultado, bem, o resultado todo mundo conhece. Quando outrubro passou e novembro chegou, muita gente ficou com uma vontade de não parar de agir. Ou seja, as eleições despertaram em muitos o interesse de tomar parte na política. Só que a maior parte delas nunca tinha feito isso. Ainda, a quase totalidade delas não queria nem pensar em se filiar numa das 32 legendas que existem no país. Visivelmente há muita coisa a se fazer! Como?
B – B de Brasileira! Em Belo Horizonte, vários cidadãos diferentes começaram a conversar. A política é sobretudo saliva. O diálogo começou a reunir pessoas e elas tomaram a decisão de constituir uma associação. A mesma constituição supracitada, no seu artigo 5º, prevê, nos incisos XVII a XXI, que os cidadãos podem se associar para fins lícitos. A partir de março de 2015, deu-se início ao processo de criação dessa pessoa jurídica. Ou seja: fundação, ata, registro, estatuto, conta em banco e toda a papelada que nossa herança administrativista lusitana exige. Há muita gente se unindo fora dos partidos no Brasil. Só os próprios partidos não percebem isso. Manuel Castells já avisava a respeito ainda na década de noventa… A internet permite que a velha fórmula que une pessoas e ideias ocorra de maneira mais fluida. O time de participantes desejava sobretudo pensar o Brasil! A efervercência política vai e vem, mas boas ideias precisam ser colocadas em prática para que brasileiros e brasileiras participem da construção de um futuro positivo e coletivo.
C – C de Cidadania! A ação brasileira se destina a quê? Quando a gente aprende a ler e a escrever, tudo começa soletrando o A, o B, o C e o D… Cidadania se aprende como? Da mesma forma. Ou você explica de modos diversos como conectar instrumentos que fazem sentido juntos, ou você não sai do lugar. A alfabetização cidadã que promova a participação das pessoas na construção política é certamente o principal objetivo dessa nova associação! Por fim, um ação brasileira de cidadania tem qual finalidade?
D – D de Democracia! A gente vive presenciando a disputa na política! Há quem pense assim, há quem pense assado! Alguns acham algum mais naquela direção, outras acham algo mais na outra. Todavia, há uma disputa onde um lado está completamente correto e o outro lado está completamente errado: DEMOCRACIA X AUTOCRACIA! Você não sabe a diferença? Na ABCD você vai descobrir. Pela democracia, vale agir. É justamente numa ação brasileira de cidadania pela democracia que muitas pessoas pretendem coloborar.
E – Tudo está em construção. O site está sendo formulado. A sede está em reformas. Todavia, o projeto já começou a caminhar bem. Disse que a política é feita de saliva, certo? Também é feita da capacidade de escutar. Todo mês, a ABCD vai contar com convidados que tem algo a dizer. Num ambiente democrático isso é muito importante. O primeiro encontro se dá no Teatro ICBEU, na quarta-feira, 11 de agosto de 2015, as dezenove horas. Os primeiros cidadãos a compartilharem ideias são Ozires Silva e Paulo Rabello. O próximo encontro não tem local, mas tem data: 15 de setembro de 2015.
F – Você pode ler o Estatuto da Associação Brasileira de Cidadania pela Democracia aqui. Ou acessar o site aqui. A nossa marca é feita utilizando o tangram, um quebra-cabeças chinês formado por 7 peças. Com essas peças podemos formar várias figuras, utilizando todas elas sem sobrepô-las. É possível montar mais de 5000 figuras. Explica bem: numa rede de gente e pensamentos, queremos desnevolver projetos que some tudo isso sem que um anule o outro.
G – O que vai ser da ABCD? Não sei… Depende muito do entusiasmo dos seus integrantes (que são diversos em tipo e pensamento) e das oportunidades que vão aparecer.
O objeto principal da política é criar a amizade entre membros da cidade. Aristóteles
H – Querem um exemplo: no Brasil, as pessoas vivem tendo ideias! É verdade. Nosso povo é muito criativo. A coisa aperta quando é para colocá-las em prática. Esse é o primeiro projeto concreto da ACBD: estufa. Nele, as pessoas poderão depositar suas sementes e a associação vai ajudá-las a germinar nas condições adequadas. A primeira leva de inscrições está disponível em agosto! Inclusive com incentivo fiancneiro para se tirar o projeto do papel, em escala municipal, estadual e nacional (quicá global um dia). Se você identifica um problema na sociedade e achar que sabe como resolvê-lo, nós queremos lhe ajudar.
I – Querem outro exemplo: no Brasil, muita gente palpita no que acontece do outro lado do país e não atua para resoilver uma questão na própria rua. Interagir com seus semelhantes e pensar globalmente atuando localmente será outro projeto: a República dos 10 Quarteirões. A final de contas, um plano nacional de educação pode surgir reuniando os vizinhos do bairro para recuperar uma escola. Há todo uma nação concentrada no limite de dez blocos de um bairro. Podem acredtiar.
J – E quem pode participar? Vamos a uma triagem… Aquele que deseja agir. Aquele que deseja pensar o Brasil. Aquele que deseja ser um cidadão antes de ser um militante. Aquele que deseja atuar pela democracia contra a autocracia. Se você conhece alguém assim, pode nos apresentar.
K – Quais são os passos para fazer parte? O primeiro é se inscrever aqui.
L – Você também pode identificar pessoas que desejar atuar e chamá-las. A rede se expande dessa forma.
Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade. Raul Seixas
M – Ainda, você pode ter uma ideia que vale a pena. Se você tem uma ideia valiosa e quer levar ela adiante, pode ser que a ABCD seja o seu lugar.
N – Você tem que abrir bem os olhos e passar enxergar a política e o local onde você se encontra de maneira diferente! Você precisa prestar atenção e notar os problemas. Não se trata de correr atrás de cargos e funções! Não! Queremos gente que resolve problemas, não gente que crie problemas…
0 – Você também pode contribuir financeiramente se acreditar na causa. Vários integrantes já fizeram doações para tirar do papel o projeto. O site explica como.
P – Você pode espalhar a novidade. O jornal Estado de Minas publicou uma matéria a respeito hoje. Você não precisa ter um veículo de comunicação para ajudar (embora se tiver também é bem vindo) uma vez que pode divulgar pelo seu perfil nas redes sociais mesmo!
Q – Você pode participar dos eventos que estão programados para esse segundo semestre de 2015.
Nem um homem e nem uma nação podem existir sem uma ideia sublime. Fiódor Dostoiévski
R – Você precisa encarar o Brasil como uma oportunidade para o mundo. Pode ser que tenhamos um crise a driblar, mas quem deseja apostar no pior já tem milhares de outras inciciativas para se associar. Na ABCD, o interesse rasteiro por trocar seis por meia duzia não tem vez. Se existe uma porção de gente querendo apenas criticar, a ABCD existe para sugerir quais mudanças devem acontecer. Estamos a disposicão da política. Nunca a reboque dela.
S – E você? Já está fazendo alguma coisa? Não! Fica a dica.
1 Comentário
Achei uma ideia excelente !Vem de encontro ao momento atual brasileiro , onde a cidadania está praticamente inexistente !É uma forma de despertar a cidadania no povo brasileiro ! Obrigado!