a primeira cidade inteligente e social do país
Uma proposta muito interessante está em curso no Ceará, com a implantação de uma cidade que funde os conceitos de inteligência e uso social. Vale a pena conhecer esse projeto um pouco mais, pois o déficit habitacional é um dos grandes problemas do Brasil, que hoje tem milhões de pessoas morando em condições indignas e sem acesso a saneamento básico, entre outras dificuldades.
A – Será inaugurada ainda neste ano a primeira cidade inteligente social do Brasil, iniciativa de uma empresa italiana. A Smart City Laguna está sendo erguida no município de São Gonçalo do Amarante, no Ceará, e terá 5 mil casas para a população de baixa renda, com preços entre R$ 90 mil e R$ 130 mil, com financiamento pela Caixa Econômica Federal.
B – A principal inovação do empreendimento, do grupo italiano Planet, é o conceito de smart city social, que nada mais é que construir uma cidade inteligente com viés social, para atender famílias de menor poder aquisitivo. Trata-se de uma solução diametralmente oposta ao modelo de habitação popular largamente adotado no país, no qual predominam a infraestrutura carente e a construção rústica, com o emprego de material de menor custo.
C – Os moradores de Smart City Laguna contarão com corredores verdes, áreas para pedestres e ciclovia, num esforço para a implementação de opções alternativas de mobilidade, se distanciando do uso de veículos automotores. O projeto ainda prevê o uso misto entre residência e comércio, proposta que ganha cada vez mais adeptos no mundo, justamente por tornar mais amigáveis os espaços urbanos.
D – A cidade ainda oferecerá aos moradores tratamento de águas residuais e reutilização de águas pluviais, redes wi-fi públicas e produção de energia eólica e solar, entre outros benefícios. O cronograma prevê que a primeira fase do projeto, com 350 casas concluídas, será entregue em dezembro, ocupando uma área de 90 hectares. Em 2020 será concluída a segunda etapa, com a conclusão de mais 1,5 mil moradias.
E – Giovanni Savio, CEO da Planet e presidente da SG Desenvolvimento, empresa gestora da startup, afirmou, em entrevista ao portal do Instituto Smart City Business America, entidade sem fim lucrativos, voltada para o desenvolvimento do debate sobre smart cities na América Latina, que o conceito de smart city social é uma aposta na “cultura colaborativa amadurecida.”
F – Para o executivo, as inovações tecnológicas “permitem compartilhamento de recursos, conexões entre quem oferece um serviço e quem necessita dele, acesso a espaços comuns de educação e lazer. Para isso, é necessário que os moradores encampem o conceito e o utilizem cotidianamente.
G – “São dois níveis de integração: o primeiro deles é técnico, e o segundo é humano. As pessoas precisam ter conhecimento dos serviços, do melhor uso da energia elétrica e da água, do transporte. Para isso, as plataformas digitais estarão presentes para informar e ajudar a gerir a vida comunitária”, disse Savio.